É incontável o número de pessoas que passa pela nossa vida, algumas deixam marcas de amizade, outras de ressentimento, de saudade e ainda há as que não deixam coisa nenhuma, apenas passam e vão embora, sem que haja sequer motivo para serem lembradas posteriormente. São as insípidas ao nosso paladar! Porém, todas elas voltam em um ponto: cada uma tem um comportamento que lhe é próprio, que a caracteriza das demais. Há tipos extrovertidos, excêntricos, introspectivos, carismáticos, estranhos, etc. Mas escolhemos para perto apenas o tipo que nos atrai, como um ímã, uma essência aromática, um jeito peculiar que nos faz bem.
Em se tratando de comportamento entram aí a personalidade, o temperamento e as atitudes mais ou menos padrão que cada pessoa tem. Às vezes, devido aos imprevistos do cotidiano, pode-se mudar essa simetria e moldá-la de acordo com o fato presente. Afinal, ninguém é tão equilibrado (e coerente) a ponto de agir sempre da mesma maneira até nas circunstâncias sobrevenientes. Porém, de um modo geral, somos identificados pela especificidade com que demonstramos as nossas ações e reações, sejam elas raras ou comuns. Daí a atração ou repulsão recíproca.
Esse padrão de atitude é que definirá quem fica e quem vai embora. Sentimo-nos atraídos por aquelas que convergem no nosso modo de pensar e agir, que nos completam por possuírem semelhanças emocionais e/ou psicológicas resultando em laços de amizade ou algo mais, se for o caso. Em contrapartida, afastamo-nos daquelas que destoam das peculiaridades que nos são próprias ou que vão de encontro com os nossos fundamentos. Essas não nos encantam. São opacas aos nossos olhos e nos fazem mal. Podemos até conviver socialmente com esses indivíduos, mas inexiste interação, empatia ou desejo de estreitar a relação. E esse sentimento de repulsa quase sempre é sentido por ambos.
Acredito que essa força que nos aproxima de alguém em especial seja algo sinestésico, percebido pelos dois. É aquele momento em que as energias fluem e evoluem para algo sólido e prazeroso. Essa pessoa passa a ser exclusiva, a fazer parte da nossa vida e a ter um grau de importância que entra por um caminho sinuoso de emoções e acaba perfazendo todo o trajeto dos sentimentos. Há sintonia em todos os sentidos: no olhar, nas palavras, nos gestos, na cumplicidade real, verdadeira... Nem a distância, nem o tempo apagam essa sensação boa de correspondência sensorial.
A verdade é que não conseguimos viver sozinhos, sem um amigo verdadeiro, sem conhecer a paixão, sem nos envolver, sem um amor que nos complete. A ausência dessa ligação nos torna reticentes e arredios às emoções. Passamos a ter uma visão ambivalente do mundo, alterando o comportamento e as atitudes. É um andar mais lento para chegar em casa, uma sensação de fome após estar saciado, é uma letargia permanente que encobre o sorriso e traz a nostalgia para dentro de nós. Precisamos de alguém por perto, bem próximo, isso é urgente, para ontem. E por onde quer que vamos, sempre haverá alguém, basta estar atento para identificá-lo.
Encontrar essa pessoa é como fechar um ciclo e iniciar outro. É apalpar o vento, ouvir o silêncio, enxergar os sonhos! É uma energia que nasce e se expande para todos os lados. Que importa se esse alguém é tímido ou extrovertido em demasia, se tem manias estranhas ou fala demais, se é bonito ou de beleza comum; é a pessoa que escolhemos para ampliar as nossas emoções. No meio de tantas outras, é a que faz a diferença! Não há nada que substitua essa vivência. Quem não compreende isso não sabe viver. Temos que aproveitar o que for possível, afinal, o amanhã é incerto para todos nós.
O pior Lu é que as pessoas não dão conta disto. O amanhã é tão incerto!
ResponderExcluirMas hoje e agora não estou para grandes e profundas conjecturas a respeito do saber viver e conviver.
Agora quero não pensar em nada.
Talvez amanhã eu esteja mais profunda! Agora tô rasinha, rasinha.
Suas materias são muito bem elaboradas!
Beijão
Lu, minha querida...fantástico esse post,caiu-me como uma luva, sabe aquelas de pelica, muito macia ao toque das mãos e tb dos olhos...rs
ResponderExcluirEntre todas as milhões de palavras do nosso idioma, tem uma que me é especial.....RECIPROCIDADE....a fonética é inspiradora.Existe coisa mais deliciosa que a reciprocidade, que o dar e receber, que o cuidar e ser cuidado...sem isso, não existe nada.
Um brinde às relações verdadeiras, inteiras, que nos emocionam, que nos arrancam lágrimas e sorrisos.
Que lindo texto Luciana!!
ResponderExcluirDe fato todos nós precisamos de alguém por perto que nos compreenda, que seja companheiro, confidente, enfim.
Uma coisa que é tão comum e muitas vezes nem paramos para prestar atenção: nascemos (da união de duas pessoas), crescemos, cultivamos sonhos e objetivos financeiros, profissionais e de quebra, os sociais.
De todos, o terceiro é o mais importante, e como o pior é que as pessoas não se dão conta disto, o que é lamentável.
Talvez se parássemos vez ou outra para olhar um pouco mais para o lado, veríamos pessoas extraordinárias bem perto de nós, mas como seres humanos que somos temos sempre a mania de procurar longe o que está perto, e concentrar expectativas sempre no amanhã e nunca no agora (que é só o que temos)!!
Beijo
Minha querida procuro não pensar muito sobre esse assunto ,conviver com os pessoas e uma arte , mas concordo com vc em alguns pontos , eu na verdade simplifico rsrs digo , meu santo bateu ou não com o da pessoa rsrs
ResponderExcluirbjs
Eu notei que as pessoas fazem isso mesmo, mas eu tenho mania de me sentir atraída por quem trata bem, na maioria das vezes sem nada em comum comigo. Como numa escadinha coloco os que mais valorizam no topo e então vou descendo...talvez eu não seja muito normal mesmo :D
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